Growth Hacking: O que é e como aplicar na sua empresa

Growth Hacking

Em um mercado cada vez mais competitivo, onde startups e empresas estabelecidas disputam a atenção do mesmo público, o crescimento acelerado não é apenas um desejo — é uma necessidade de sobrevivência.

É nesse contexto que o Growth Hacking surge como uma filosofia revolucionária, unindo criatividade, dados e experimentação para escalar negócios de forma ágil e eficiente.

Diferente do marketing tradicional, que muitas vezes se apoia em campanhas de longo prazo e orçamentos robustos, o Growth Hacking é focado em resultados rápidos, escaláveis e baseados em evidências. E quem melhor sintetizou essa mentalidade foi Sean Ellis, considerado o “pai do Growth Hacking”. Em seu livro Hacking Growth, Ellis propõe um sistema estruturado que já ajudou empresas como Dropbox, Airbnb e LinkedIn a alcançarem crescimento exponencial.

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Sean Ellis, autor do livro Hacking Growth e considerado o “pai do Growth Hacking“.

Neste artigo, você vai entender não apenas o que é Growth Hacking, mas como aplicar a metodologia de Sean Ellis na sua empresa — mesmo sem um time gigante ou um orçamento milionário.

O que é Growth Hacking? Além do “hype”

Growth Hacking virou uma daquelas palavras que todo mundo usa, mas poucos entendem de verdade. Não se trata de truques mirabolantes para ficar “viral” ou de uma estratégia exclusiva para startups do Vale do Silício. É, na essência, uma maneira de pensar — quase como resolver um quebra-cabeça onde as peças são a criatividade, os dados e o trabalho em equipe.

Imagine que sua empresa é um carro potente, mas com o freio de mão puxado. Growth Hacking é o processo de descobrir por que o freio está travado e como soltá-lo sem gastar uma fortuna em mecânicos. Funciona assim:

  • Você testa pequenas mudanças (trocar o texto de um botão, ajustar um fluxo de cadastro) para ver o que acelera o crescimento.
  • Usa dados como um GPS, não como um juiz. Eles mostram o caminho, mas não ditam as regras.
  • Envolve todo mundo, do estagiário do marketing ao desenvolvedor mais sênior, porque problemas complexos raramente têm uma única causa ou solução.

Um exemplo clássico do uso desta metodologia teve origem no Dropbox. Em vez de gastar milhões em anúncios, a empresa percebeu que os usuários adoravam espaço extra de armazenamento. Criaram um programa de indicações onde quem convidasse amigos ganhava mais espaço. Resultado: 60% de crescimento nas inscrições sem campanhas tradicionais.

Outro exemplo de sucesso foi no Airbnb, que nos primeiros anos não tinha dinheiro para anúncios. A solução? Integrar seus anúncios ao Craigslist, uma plataforma já popular, para “pegar carona” no tráfego alheio. Não foi mágica — foi o uso criativo da análise de dados como forma de propulsão.

Aqui está o segredo que ninguém conta: Growth Hacking não exige um superpoder, mas sim a humildade de admitir que você não tem todas as respostas. É sobre fazer perguntas como:

  • Por que 80% dos usuários abandonam o app após o primeiro uso?
  • O que aconteceria se oferecêssemos um bônus por indicação em vez de um desconto?
  • Como transformar clientes satisfeitos em promotores da marca?

E o mais importante: é para qualquer negócio, não só para tech startups. Um restaurante pode testar cardápios digitais com promoções-relâmpago. Uma consultoria pode criar um quiz online para gerar leads. A limitação não está no setor, mas na falta de curiosidade para experimentar.

E por que isso funciona (Até para quem não é expert em dados):

  • Você não precisa acertar de primeira: Growth Hacking é como cozinhar — ajuste o tempero aos poucos até o prato ficar bom.
  • Erros viram aprendizado: Se um teste falhar, você descarta e parte para o próximo. Nenhum recurso foi desperdiçado, só redirecionado.
  • Qualquer um pode começar: Ferramentas como Google Analytics e planilhas simples já revelam padrões escondidos.

A próxima vez que alguém disser que Growth Hacking é só para os gênios da tecnologia, lembre-se do Airbnb fotografando casas com uma câmera emprestada. A verdadeira lição que o Growth Hacking nos traz é que o crescimento sustentável nasce de perguntas simples, e não de orçamentos complexos.

O ciclo do Growth Hacking segundo Sean Ellis

No livro Hacking Growth, Sean Ellis não propõe uma fórmula mágica, mas um ciclo de aprendizado contínuo — algo como um GPS que se recalcula a cada curva. Vamos destrinchar cada etapa sem jargões ou complicações:

1. Entenda onde você está

Tudo começa com uma pergunta simples: O que faz o seu negócio brilhar?

Para o Spotify, é o tempo que as pessoas passam ouvindo música. Para uma padaria artesanal, pode ser o número de clientes que voltam toda semana. Essa é a sua North Star Metric — a métrica que guia todas as decisões.

Mas como descobrir onde estão os gargalos do seu negócio? Ferramentas como o Google Analytics e Hotjar ajudam, mas o pulo do gato está em olhar para o seu funil como um detetive. Se 70% dos usuários abandonam o carrinho de compras, não adianta culpar o preço ou o produto. Talvez o problema seja um formulário de checkout com 15 campos (ninguém tem paciência para isso).

2. Gere muitas ideias (Até as mais malucas)

Reúna pessoas de áreas diferentes em uma sala (ou em uma call, se o seu time trabalhar de forma remota). A regra aqui é clara: nada de “isso não vai funcionar”. Deixe as ideias surgirem, mesmo aquelas mais malucas.

Quer um exemplo? Um e-commerce de moda sustentável descobriu, em uma dessas reuniões, que clientes abandonavam o carrinho porque não sabiam o tamanho certo das roupas. A solução? Uma calculadora de tamanho por IA integrada ao site. A ideia veio de um estagiário da TI, e não do CEO.

3. Faça testes como se não houvesse amanhã

Aqui, o feito é melhor que o perfeito. Crie versões simples e rápidas das ideias:

  • Um e-mail de recuperação de carrinho com emojis no assunto.
  • Um botão “Compre Agora” em vermelho em vez de verde.
  • Uma landing page feita no Canva em uma tarde.

Ferramentas como o Hotjar mostram se os usuários estão rolando a página até o final ou saindo em 3 segundos.

A dica é: trate cada teste como um protótipo, não como uma obra-prima. O Hotmail, por exemplo, testou a famosa assinatura “Get your free email at Hotmail” em um grupo pequeno antes de escalar. Se não desse certo, teriam descartado sem perder milhões.

4. Escale o que funciona (e descarte o resto)

Se um teste aumentar suas conversões em 10%, invista nele como se fosse uma cobrança de pênalti decisiva numa final de campeonato. Mas se depois de uma semana os dados mostrarem que um pop-up de desconto só irritou os usuários, descarte sem medo de parecer “fracasso”.

Lembre-se do Airbnb: quando perceberam que fotos profissionais aumentavam as reservas, não contrataram uma agência. Começaram tirando fotos eles mesmos nas casas dos usuários de São Francisco. Só depois de verem os resultados é que escalaram para outras cidades.

5. Repita o processo

Growth Hacking não é um projeto de verão — é um estilo de gestão. A Amazon, por exemplo, testa milhares de variações de preço, layout e copy por ano. Não porque são obcecados por mudança, mas porque sabem que o mercado está em constante evolução.

Para empresas menores, isso significa criar uma cadência de testes. Que tal um experimento por mês? Ou um “dia da loucura” trimestral, onde toda a equipe para para gerar ideias? O importante é não deixar o ciclo ser interrompido.

Que tal imaginarmos este processo aplicado na vida real?

Imagine uma cafeteria que deseja aumentar o seu ticket médio.

  1. North Star Metric: Vendas de combos (café + bolo).
  2. Ideia maluca: Oferecer um cookie grátis para quem comprar dois combos.
  3. Teste rápido: Promoção válida apenas nas terças-feiras, divulgada no Instagram.
  4. Escala: Se as vendas de combos dobrarem, estenda para todos os dias.
  5. Repita: No mês seguinte, teste um combo com desconto para quem vier após as 15h.

Não é sobre ter um laboratório de inovação, mas sobre fazer perguntas e agir com o que se tem à disposição. É assim que o Growth Hacking torna-se um hábito — e não apenas um desafio temporário.

Como trazer isso para o seu negócio

Growth Hacking parece complexo no papel, mas na prática, é sobre começar com o que você tem. Não precisa de um laboratório de inovação ou de ferramentas caríssimas. Imagine que você está montando um quebra-cabeça: comece pelas peças que estão mais visíveis.

  1. Monte um grupo multidisciplinar. Não se trata de contratar especialistas, mas de reunir pessoas que enxergam o negócio de ângulos diferentes. Alguém do marketing pode notar que o texto do site não converte, enquanto um colega de TI aponta que a página demora a carregar. Juntos, eles descobrem que a lentidão está afugentando os visitantes — um problema que nenhum dos dois identificaria sozinho.
  2. Defina uma única métrica para atacar. Pense nisso como escolher a batalha certa. Se apenas 10% dos visitantes do seu site se cadastram em uma trial, por exemplo, foque nisso antes de querer aumentar o tráfego. É como consertar um vazamento antes de encher a piscina: não adianta atrair mais gente se o seu funil está furado.
  3. Experimente algo novo toda semana. Isso não significa reinventar a roda a cada sete dias. Pode ser algo simples: trocar a cor de um botão, testar um título mais pessoal no e-mail marketing ou até oferecer um cupom de desconto para quem abandonou o carrinho. O segredo está na constância. A Dropbox não criou seu programa de indicações perfeito na primeira tentativa — eles ajustaram a oferta de espaço gratuito várias vezes até acertar.
  4. Use as ferramentas que já estão ao seu alcance. Google Analytics, Meta Business Suite e Hotjar são gratuitos e revelam padrões de comportamento. Planilhas do Excel podem mapear o ciclo de vida do cliente. Não espere comprar um software caro para começar: dados úteis estão mais perto do que você imagina.
  5. Celebre as pequenas vitórias. Este é um conselho que muitos ignoram. Se um teste A/B aumentou as vendas em 5%, compartilhe isso com a equipe. Reconhecer progresso mantém o ânimo alto e mostra que o esforço coletivo está gerando frutos. Lembre-se de que a Amazon começou testando a venda de livros online — e olha onde estão hoje.

Erros que podem arruinar a sua estratégia (e como evitá-los)

Growth Hacking é tentador, mas alguns tropeços são comuns. O primeiro é querer copiar a Netflix ou o Airbnb. Sua empresa não é uma plataforma global de streaming; talvez seja um e-commerce de nicho ou uma consultoria local. Inspire-se nos casos famosos, mas adapte as ideias. Por exemplo, em vez de criar um programa de indicações complexo, que tal oferecer um brinde personalizado para clientes que trouxerem amigos?

Outro erro é ignorar o fator humano. Dados mostram o que está acontecendo, mas não explicam por quê. Se os usuários abandonam o carrinho de compras, uma pesquisa rápida por e-mail ou uma ligação para clientes fiéis pode revelar que o processo de checkout é confuso. Tecnologia sem empatia vira um tiro no pé.

Por fim, parar no primeiro sucesso é um risco. Digamos que você testou um pop-up de desconto e as vendas subiram 15%. Ótimo! Mas e se ajustar o horário em que o pop-up aparece aumentar mais 10%? Growth Hacking exige otimização contínua: mesmo após um resultado positivo, é essencial analisar dados, testar variações e ajustar estratégias para garantir um crescimento contínuo.

Está pronto para sair do lugar? Fale com o nosso time de especialistas e descubra como aplicar Growth Hacking no seu negócio — sem jargões ou promessas vazias.

Para saber mais:

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